domingo, 22 de janeiro de 2017

O absurdo do normal



Na segunda-feira, dia 01/11/2016 – em excelente companhia, diga-se de passagem - assisti a um show do compositor, músico, intérprete Igor de Carvalho. Em algum momento do espetáculo, ele mostrou uma canção, creio que de sua autoria, em cuja letra insistia no “absurdo em ser normal”. Claro que não me lembro da letra toda. Para falar a verdade, nem lembro de boa parte dela. Mas a idéia do “absurdo em ser normal” me fez cócegas no cerebelo. E minha cabeça cuspiu algo assim:

O que é ser normal?
Alguém, sabe? Eu não sei!  
Será que é andar na moda, usar droga, ser gay?  
Pensei, então:  
“É foda!!!  
o que é isso, afinal?”
Pois vejam bem: 
a normalidade varia com o tempo, com a região,
 com indiossincrasias e, até, com a idade:

(Antes, era “normal” usar terno
e, mesmo no inferno
do nosso verão
não era estranho;
Hoje, o “normal” é o calção
mostrar a cueca do sujeito
quando não o seu estreito
largo que é o seu tamanho.)


(Na Escócia, homens usam saias,
e ninguém desmaia
quando urinam no chão.
Aqui, se as usassem seriam viados
e preso ou multado
o mijão)


Então a tal “normalidade”
e tudo que a mistifica
é relativa, afinal…
Talvez, o “absurdo em sem normal”
passa pela sensibilidade
de não sabermos o que “ser normal” significa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário