sábado, 14 de abril de 2018

Má companhia


Ergue pros céus uma prece
e agradece.
Deixa o teu “muito obrigado”
pela vida, por ser forte,
pela sorte
de ter mais que merece,
mais do que é preciso;
pelos amigos.
E sorria!
Deixa a tristeza de lado,
carrega sempre contigo
um sorriso,
se deixa envolver de alegria
porque, tenha certeza:
a tristeza?
Ah! Essa é má companhia.

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Verde e amarelo


Essa porção verde e amarela
que inflou o pato e bateu panela;
que se considera elite
e não admite
que pobres possam ser seus iguais
e que não é classe social que o torna capaz.
Em sua disfarçada intelectualidade,
continua a querer tirar, do pobre, a oportunidade.

Essa porção, hoje se deleita
com a queda de uma presidente eleita,
com o Lula na prisão,
com o rasgar da Constituição.
Essa porção esquece ou não viu
que já passamos por isso no Brasil:
a ditadura voltou com roupa nova
(do que os fatos recentes são prova).
Voltou sem uniforme, com toga, palitó e gravata,
mas com a truculencia, o desprezo e as bravatas
daquela outra ditadura, do desequilíbrio.
O “dejá-vu” de um passado sombrio!

A porção aplaude o desrespeito aos direitos,
o fazer por fazer, não importando o que é feito;
a condenação sem provas, a perseguição política
sem fundamento legal, sem análise crítica.
 “A lei é para todos”, a porção dirá
e não tenho como discordar.
Mas a lei! Não a convicção de alguém.
Convicção não pode condenar ninguém.
Talvez, por isso, morram tantos favelados
pois os pobre coitados
sofrem a “convicção” de um preconceito antigo:
mora no morro, é bandido.


Hoje foi o Lula, com ampla exposição na mídia:
um show, um espetáculo, uma comédia.
Mas a porção não percebe, em momento algum,
que amanhã pode acontecer com o cidadão comum.



Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram
meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei.
No terceiro dia vieram
e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram;
já não havia mais ninguém para reclamar...”
                                          (Martin Niemoller - 1933 - Símbolo da resistencia ao nazismo)