domingo, 5 de abril de 2015

Sonet d'Arvers (Felix Arvers)

Aprendi este soneto nas aulas de francês do ginásio. Tínhamos que decorá-lo para recitar perante a turma. Nunca o esqueci.


Mon âme a son secret, ma vie a son mystère,
Un amour eternel en un moment conçu
Le mal est sans espoir, aussi j'ai dû le taire
Et celle qui la fait n'en a jamais rien su.

Hélas! J'aurai passé près d'elle inaperçu
Toujours à ses côtés et pourtant solitaire
Et j'aurai jusqu'au bout fait mon temps sur la terre
N'osant rien demander et n'ayant rien reçu.

Pour elle, quoique Dieu l'ait faite douce e tendre
Elle suit son chemin, distraite e sens entendre
Ce murmure d'amour élevé sur ses pas.

À l'austère devoir, pieusement fidèle
Elle dira, lisant ces vers tout remplis d'elle
"Quelle est donc cette femme?" - et ne comprendra pas.


Uma tosca tradução:

Minha alma tem seu segredo, minha vida o seu mistério
Um amor eterno num momento concebido.
O mal é sem esperança e então eu me calei
e ela que o fez nunca soube nada

Ai de mim! Terei passado perto dela desapercebido
sempre ao seu lado e, no entanto, solitário
e terei cumprido meu tempo sobre a terra
não ousando nada pedir e não tendo nada recebido.

Ela, a quem Deus fez doce e terna
seguirá seu caminho distraída e sem entender
este murmúrio de amor enlevado em seus passos.

E, mais tarde, piedosamente
ela dirá lendo estes versos repletos dela:
"Quem será esta mulher?" - e não compreenderá.

(Lindo, né???)

Cuidado com seus pedidos

Pedi tanto ao Universo
que me movimentasse o coração
e, como tudo que peço,
ele, enfim, me atendeu.
Mas não da forma pretendida
porque, queria eu,
uma nova paixão bem sucedida
e não o insucesso da velha paixão.

Resignação

Talvez, agora, eu possa entender
que nada se perdeu.
Não há derrotados,
ninguém venceu.
E se não foi como esperado
é porque não era mesmo para ser.